Estive ausente de mim por um tempo que me pareceu longo demais, como se estivesse em um limbo.
Sentia-me num tempo de calmaria após uma grande tempestade, daquelas calmarias em que fica tudo parado, até o ar parece perder o movimento.
Era estranho me sentir num vácuo, sem conseguir ter a visão de uma nova possibilidade sequer, não via, sentia ou ouvia nada sobre um próximo passo, nenhum insight me ocorria ou caminho se abria.
O engraçado disso é que minha realidade externa reflete tão bem minha realidade interna que nesse período do auge da calmaria estive com um incômodo nos olhos que me fizeram ficar mais de mês com dificuldades de enxergar.
Numa tarde dessas ouvi uma frase que havia sido dita a meu respeito que mudaria tudo: “Ela tem que entender que sonho é sonho, mas a realidade é a realidade”.
Essa frase teve em mim um impacto tão profundo…
Fui absorvendo aos poucos o que ela significava para mim, ora, se eu crio minha realidade, o que fiz ou deixei de fazer que me levara àquele momento de estagnação e falta de perspectiva?
Lembrei que na infância fiz uma redação que falava sobre o que era Viver e a última frase que escrevi me voltou como um relampejo: “Viver é sonhar e tornar esse sonho uma realidade feliz.”
Percebi nesse momento o que estava fora do lugar… eu havia parado de sonhar… em um dado momento da minha caminhada parei de sonhar e assim fechei meu fluxo de criatividade e ali eu estava, parada no caminho sem conseguir cocriar novas possibilidades.
Apenas ter consciência disso não resolveria o impasse e o movimento necessário para um novo fluxo exigia de mim desapego, sim… era preciso desapegar de parte do que tinha construído até então para que houvesse espaço para algo novo se desenvolver já que onde me encontrava não fazia mais sentido estar.
Ainda me impressiono de como podemos mudar e recriar nossa realidade com tamanha rapidez quando descobrimos qual apego nos aprisiona e aceitamos abrir mão do controle.
Nos dias que se seguiram resolvi entregar para o Universo tudo o que eu havia criado até então para que eu pudesse realizar meus verdadeiros sonhos.
Sonhos esses que voltei a sonhar, meus grandes sonhos… aqueles que não beneficiam apenas a mim mesma, sonhos do coração, sonhos da alma que enxerga a Nova Terra e vislumbra sua beleza.
Sonhos que antecipam uma Vida de Harmonia, Paz, Amor e União em todas as relações, consigo mesmo, com a Natureza e entre todos os seres.
Ao me permitir voltar a sonhar, meu olhar se clareou, minha visão voltou a abrir-se e novamente vislumbro um presente brilhante e um futuro iluminado em vários dos segmentos já existentes em nosso planeta e em tantos outros que cocriaremos para e com a evolução humana.
Como na Vida tudo o que nasce um dia se transforma, decidi transformar o que não fazia mais sentido na minha Vida em novas possibilidades.
E assim todo o Universo conspira a meu favor e eu… fluindo com Ele enquanto caminho… só vou aceitando e agradecendo.
Nunca deixe de sonhar seus grandes sonhos, esses do coração, da essência, da alma. É a partir deles que construiremos a Nova Terra juntos.
Diwáli Jhankri